Estamos há mais de um ano e meio vivendo agarrados à ideia de que dias melhores podem vir, afinal, durante esse tempo todo dormimos e acordamos em meio a intermináveis notícias sobre o avanço e proliferação do vírus da COVID-19, uma doença que levou embora tantas pessoas e segue levando até hoje. A ciência, então, tinha um novo desafio, encontrar uma cura ou uma forma de frear o contágio da doença e diminuir o número de mortes. Conseguimos, a vacina foi criada e distribuída para a população, mesmo com os atrasos provocados pelas decisões inconsequentes e genocidas do presidente Bolsonaro.
Um dos únicos métodos eficazes para quebrar a onda gigantesca desse plano de extermínio, a vacina diminui a intensidade dos sintomas e a transmissão do vírus, no entanto, se tornou alvo de um governo que propagou fake news e descredibiliza totalmente sua eficácia, pondo em jogo novamente a vida de pessoas, que, erroneamente acham que a vacina não é necessária.
Em nota informativa divulgada pela Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), essas atitudes vêm resultando em novos surgimentos de casos em massa da doença, na capital paraense. A nota mostra um balanço realizado pela Sesma, no que diz respeito aos meses de junho a novembro, houve uma diminuição no número de casos, internações e óbitos, com o avanço da campanha de imunização na capital. Mas de agosto a novembro o cenário apresentou um detalhe interessante, mas não surpreendente.
Nesse período, foram contabilizados 36 óbitos por COVID-19 apenas entre os residentes de Belém. Destes, 10 óbitos ocorreram em pessoas que já tinham o esquema vacinal completo, e 26 ocorreram em pessoas não vacinadas. O levantamento reiterou ainda que que a letalidade do vírus da covid-19, é 15,1 vezes maior em não vacinados, do que em vacinados. A vida destas pessoas corre riscos, já que a vacina é uma das poucas formas de sairmos desse cenário angustiante.
Quando falamos do Brasil o número de pessoas não vacinadas é assustador. Mesmo tendo ultrapassado a marca de 100 milhões de pessoas com imunização completa contra a covid-19, entre vacinados de duas doses (Pfizer, AstraZeneca e Coronavac) e dose única (Janssen), há um número expressivo de pessoas que já poderiam ter completado o seu esquema vacinal ou recebido a primeira dose, mas que ainda não procuraram os postos de saúde. Festejar a marca de quase 50% da população brasileira vacinada com dose única ou duas doses, e os 71% que receberam a primeira dose é algo estimulador, mas ao mesmo preocupa saber que temos cerca de 30 milhões de pessoas que poderiam ter se vacinado e ainda não se vacinaram, os dados foram apresentados pelo presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), em entrevista exclusiva para a CNN Brasil.
Falando a níveis regionais, Belém passou da marca de 70% de sua população adulta vacinada, mas e o restante, o que falta? Já que há vacina disponível nos postos de saúde espalhados pela cidade. Será então que a população acha que não precisa da dose de reforço por já ter tomado as duas primeiras doses do imunizante? Ou pior, não recebeu nenhuma dose porque simplesmente deu ouvidos a enxurrada de notícias falsas e claro, aos inúmeros posicionamentos antivacina do, então presidente da república Jair Bolsonaro.
Essas atitudes vêm resultando em novos surgimentos de casos em massa da doença, tanto no Brasil quanto em nossa capital. De acordo com um balanço epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), no que diz respeito aos meses de junho a novembro, houve uma diminuição no número de casos, internações e óbitos, com o avanço da campanha de imunização na capital. Mas de agosto a novembro o cenário apresentou um detalhe interessante, mas não surpreendente.
Duvidar da eficácia da vacina não é o caminho a ser seguido. As vacinas são fruto de muito esforço e trabalho de cientistas e estudiosos que travaram uma luta contra o tempo e contra a falta de insumos para a produção em massa, e mesmo assim conseguiram, em meio a tantos empecilhos, desenvolver a vacina contra a covid-19, e não só isso, pois há anos a pesquisa científica luta com poucos recursos para manter a produção no Brasil, criando imunizantes contra tantas outras doenças como o vírus da gripe, a varíola, meningite, e tantas outras doenças infecciosas.
Por isso, não é momento de dar ouvidos para falsos argumentos, falsos dados e inverdades, afinal a história da vacina do Brasil vem de longas datas e representa uma luta a favor da pesquisa, da medicina e da ciência brasileira. Portanto, tomar a vacina é tão importante e, de fato, um ato de respeito consigo mesmo e com o próximo.
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