A “última floresta” retratou a história da comunidade Yanomami apresentada no festival de Berlim
A realidade do cotidiano indígena, a naturalidade da vida na floresta, dos costumes, saberes e ancestralidade, foi o que deu ao filme “última floresta” o prêmio recebido no Festival de Berlim, na Alemanha, a autoria é do cineasta Luiz Bolognesi com contribuições do xamã Davi Kopenawa Yanomami. As imagens encenadas e espontaneamente observadas apresentam a beleza da vida indígena em sua originalidade, mas também retrata um ambiente ameaçado na floresta Amazônica.
O filme brasileiro aguçou bastante o interesse devido aos fortes ataques sofridos pelos povos yanomamis, por garimpeiros ilegais em busca de minério, e ainda, por conta de madeireiros que estão devastando as florestas e invadindo terras indígenas. Assemelhando-se a um antigo plano da ditatura militar, do qual o presidente do brasil, Jair Messias Bolsonaro é defensor, apoiando grandes instituições que colaboram para a destruição do meio ambiente e da vida na floresta, entres elas, a vida indígena que vive entre ameaças de extermínio não somente por criminosos vestidos com roupas sujas de lamas devido a prática garimpeira, mas também criminosos engravatados que se fazem valer do poder para abrir as portas da floresta para destruição.
Após documentar a vida do Paiter Suruí em ex Pajé, o cineasta e antropólogo Luiz Bolognesi se prepara para um novo trabalho em outra comunidade indígena da Amazônia, alternando filmagens observatórios em conjunto com encenadas desenvolvidas com a participação do Xamâ Davi Kopenawa Yanomami, um dos porta-vozes dos Yanomami mais conhecidos internacionalmente.
O evento Berlinale passou por algumas mudanças devido a pandemia da covid-19, se dividindo em dois momentos, o primeiro em março, na modalidade online reservado para os profissionais do cinema e para crítica, e neste mês de junho pela primeira vez apresentado como um festival de verão.
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