Duas igrejas foram incendiadas no Canadá, na última quarta-feira (30), em meio a pedidos para que o papa peça perdão pelos abusos cometidos em internatos indígenas. Mais 182 túmulos sem nome de povos originários foram encontrados em uma terceira instituição no país, aumentando a crise. No total, oito igrejas templos já foram destruídos desde o dia 22 de junho, quando se celebrava o Dia Nacional do Povo Indígena no Canadá.
Os protestos continuaram ontem (2), com manifestantes derrubando duas estátuas, das rainhas Vitória e Elizabeth 2ª, no Canadá. Parte da população aplaudiu quando as estátuas, instaladas em Winnipeg, capital de Manitoba, vieram abaixo.
As queimas começaram depois da divulgação de que restos mortais de 215 crianças foram descobertos em uma escola católica na província da Colúmbia Britânica, no oeste do país. Também na semana passada, representantes da Primeira Nação Cowessess confirmaram que 751 corpos indígenas foram enterrados em uma escola católica dentro de uma área indígena. Além desses dois casos, outros 182 túmulos não identificados foram encontrados em um internato na Colúmbia Britânica. Grupos indígenas pedem que se faça uma busca por mais túmulos em todo o país.
A exposição desses mais de mil mortos enterrados sob instituições católicas está sendo vista como um reflexo de como foi a colonização no país. Entre 1863 e 1998, mais de 150 mil crianças indígenas foram tiradas de suas famílias e obrigadas a frequentarem escolas administradas por ordens religiosas, em sua maioria católicas. O governo estima que em torno de 3 mil crianças morreram nestas escolas e outras milhares sofreram com abusos físicos, sexuais e emocionais.
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