A educação é uma construção coletiva, é ter criatividade para poder passar o conhecimento da sua forma mais crua e manter aquele aluno dentro da sala de aula, mesmo quando sua condição é pouco convidativa. As salas de aulas espalhadas no Brasil, assim como sua população não é lá muito igual, enquanto tem escolar climatizadas, com acesso à internet, carteiras estofadas, do outro lado temos escolas que as vezes não tem nem carteiras para a quantidade de aluno na sala. Vemos nos telejornais reportagens mostrando as condições muita das vezes precárias das quais um estudante passa para poder estudar. E aí entra o professor, o profissional da educação que muitas das vezes está ali não só para passar seu conhecimento, mas muita das vezes para fazer a diferença na vida de um aluno. Lilia Melo é uma dessas pessoas.
A professora Lilia Melo, é amazônida, indígena e a primeira mulher do norte a representar sua categoria no Global Teacher Prize, mais conhecido como Nobel da educação, com o projeto "Terra-Firme: juventude negra periférica, do extermínio ao protagonismo”. Para chegar até ao prêmio, a professora de Língua Portuguesa, teve que fazer a diferença, principalmente para a juventude que a cercava.
O projeto de Lilia nasce após uma chacina que havia ocorrido no bairro da Terra Firme em 2015, por isso, para incentivar os jovens a falarem de sua identidade e seu cotidiano por meio da produção de filmes e documentários, além de desenvolver núcleos de teatro, dança e arte visual, a professora viu seu projeto se formando naquele cenário.
Após isso, outra ação repercutiu em Belém, em 2018 A viralização na internet de uma campanha para levar alunos a uma sessão do filme "Pantera negra", serviu mais do que proporcionar uma experiência diferente e inspiradora para estudantes da periferia de Belém: chamou atenção para o valioso trabalho da professora Lília Melo em uma região que enfrenta barreiras de vários tipos para manter os jovens na escola.
Após a experiência, Lilia cria o projeto Cine TF, que nasce no cotidiano dos estudantes, que produzem conteúdos culturais e audiovisuais da realidade onde estão inseridos, levando esperança, valorizando a identidade afro, indígena, ribeirinha, além da aprendizagem e reconhecimento deles, desconstruindo a ideia de que a juventude da periferia é sempre alvo do crime.
O reconhecimento de tanto esforço é uma vitória para a professora paraense que sempre esteva na luta para fazer da sala de aula uma revolução para seus alunos, é de lá que nasce a força para fazer a mudança de cada criança e jovem que passam pela sua vida.
Para Lilia “é muito importante estar ali, uma professora da Amazônia dentre os melhores professores do mundo, com um projeto que mudou a realidade de muitas crianças e jovens da periferia”.
Hoje, a professora Lilia está dentro do top 50 melhores professores espalhados pelo mundo, e automaticamente se torna embaixadora da educação Global pela Varkey Fundation, que tem um projeto junto a Unesco, para fazer um planejamento global de educação e produção de um livro onde em desses capítulos terá o projeto de Lilia "Terra-Firme: juventude negra periférica, do extermínio ao protagonismo”.
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