“O poeta vai com o homem por onde ele for”. Nos despedimos hoje do poeta amazonense Thiago de Mello, cuja palavra ganhou o mundo pelo seu talento, sua sensibilidade com a vida e com a luta pela Amazônia. Aos 95 anos, Thiago de Mello se despede deixando um legado de cultura, arte e compromisso com o povo brasileiro.
Quanto a nós, seus discípulos na luta pela preservação da natureza, ficamos com sua riquíssima obra e sua história de luta pelas florestas e pela democracia. Faz escuro, mas seguiremos cantando.
Nosso poeta teve obras traduzidas em mais de 30 idiomas. Publicou, entre outros livros, Acerto de Contas, Como Sou, e Amazonas – Pátria da Água. “Faz escuro mas eu canto”, um de seus versos mais populares, tirado do poema Madrugada camponesa (1965), inspirou o tema da 34 º Bienal de São Paulo.
Ou seja, sua trajetória está diretamente ligada às aspirações por um mundo melhor. Perseguido pela ditadura, foi para o exílio em países da América do Sul, como o Chile onde fez amizade e parceria com o grande Pablo Neruda.
É um dia amargo e difícil, mas como não recordar em meio a tantas perdas o otimismo e a esperança de Thiago de Mello na humanidade, como nos versos de "Os Estatutos do Homem"?
"Fica decretado que agora vale a verdade/ agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira".
Descanse em paz, Thiago de Mello. Fica decretado que não ficaremos tristes, e que a partir de hoje, a seu exemplo, lutaremos pela liberdade, pela verdade verdadeira.
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