A cidade de Belém nunca foi tão inclusiva e participativa as diferentes necessidades de seu povo. Somos ribeirinhos, indígenas, negros, brancos e imigrantes também. Pensando nisso, a prefeitura de Belém e a Unicef reuniram para discutir meios a fomentar ações de apoio aos nossos parentes da Venezuela, o povo Warao, que vive na capital paraense. Durante a reunião foi discutida a inclusão dos imigrantes e refugiados em programas de transferência de renda.
O encontro que reuniu o Vice Prefeito de Belém Edilson Moura e o representante de escritório de ajuda humanitária da união europeia, André Triviño em uma comitiva do fundo das nações unidas para infância (Unicef), e Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) com o objetivo de debater políticas públicas e fomentar parcerias para melhorar qualidade a vida do povo Warao.
Segundo a Agência da ONU para refugiados (Acnur), desde 2014, cerca de 4 mil Warao entraram em solo brasileiro. Em abrigos, casas precárias ou nas ruas, indígenas da etnia Warao que migraram da Venezuela enfrentam uma série de dificuldades diariamente em território brasileiro. E aqui convivem com falta de necessidades básicas como água potável, comida, atendimento à saúde e medicamentos, além de serem alvo de Xenofobia, que é a hostilidade ou ódio contra pessoas que são estrangeiras ou são vistas como forasteiras.
A coordenadora do espaço de acolhimento do povo warao, Nádia Fernandes diz que a parceria da Unicef com a Gestão Municipal vem se construindo como uma grande importância na garantia de direitos dos mais dos mais de 500 waraos que vivem em Belém. A Unicef com o foco na saúde e alimentação tem projeto de monitoramento dentro da instituição que envolve adaptações estruturais no espaço de acolhimento entrega de itens básicos, entrega de serviços e apoio técnico. A parceria e inserção dessas atividades são de fundamental importância para a garantia de direitos ao povo warao.
Dentre elas, o trabalho de acolhimento que tem sido feito aos indígenas no abrigo que fica no bairro do Tapanã; e a inclusão de grande parte deles no mais novo programa que a Prefeitura criou, que é o ‘Bora Belém’, na qual possibilita que pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza, possam ter um apoio financeiro de renda mínima, para os seus sustentos.
O apoio da Prefeitura de Belém ao povo Warao vem fazendo presente durante o mandato da nossa gente, em agosto deste ano, a nossa capital inaugurou a primeira escola indígena voltada para o povo Warao. Um projeto que atende mais de 200 estudantes indígenas da etnia Warao, matriculados na rede municipal de ensino.
Os parentes Warao vieram para o Brasil após A Venezuela enfrenta uma severa crise econômica por conta da baixa do preço do petróleo, além de ser um país que sofre com uma série de embargos econômicos por parte dos Estados Unidos e aliados, desde 2014, e é nesse contexto, que uma parcela da população entre indígenas e não indígenas migraram para sobreviver em outros países, incluindo o Brasil. Sair de seu país para se refugiar é um ato de desespero, por isso fazer o acolhimento de nosso vizinhos e irmãos é um ato de cidadania.
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