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Foto do escritorNice Tupinabá

Segundo dia da marcha das mulheres indígenas: Vozes ancestrais sobre direitos das mulheres



O segundo dia da marcha seguiu trazendo toda a raiz da força das mulheres originárias. No primeiro momento do dia as delegações de cada etnia e povo apresentaram na plenária seu canto de resistência, mulheres dos seis biomas desse Brasil levantaram a tenda e cantaram alto a força de seu povo. Mulheres Kayapó, xikrin, Tembé, Guajajara, Pataxó, e representantes de cerca de 150 povos que estão participando da marcha fizeram presença na manhã que deu início ao evento.


Outro momento marcante foi a lembrança da perda das jovens Raissa Guarani Kaiowa e Daiane Kaingang, duas meninas indígenas assassinadas brutalmente. A MC Anaranda do povo Guarani participou falando sobre as questões de violência e vulnerabilidade que as jovens indígenas passam e chamando o povo para a luta em sua apresentação.


O evento seguiu falando sobre a violência contra a mulher, direitos sociais e humanos, com a participação da Deputada Federal Joenia Wapichana, que em sua fala potente disse “Nossos direitos são garantidos, mas muitas vezes nos são recusados, isso não é normal, todas as mulheres têm o direito de cidadania, todas as mulheres podem exercer alguma profissão. Pra falar não precisa ser advogada, os nossos direitos quaisquer uma pode defender, qualquer uma pode ser advogada, pode ser enfermeira, pode ser médica, pode ser deputada federal”.




Durante a tarde todo o acampamento se encontrou na tenda principal para acompanhar o julgamento do STF sobre a tese do Marco temporal, logo no início o ministro Fux fez a declaração na abertura da sessão. A fala foi uma reação ao discurso do presidente Jair Bolsonaro que, durante manifestação do 7 de Setembro na terça, em favor do governo e de pautas antidemocráticas, fez ameaças golpistas e afirmou que não vai mais cumprir decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes.



Logo depois deu início a fala do relator Edson Fachin, onde foi primeiro a apresentar seu voto se posicionou contra a tese do Marco Temporal. Levando o acampamento a sentir um início de uma vitória, unindo todas as mulheres em cantoria no meio da plenária cantando. Fux encerrou a sessão e vai dar continuidade hoje para a votação dos ministros.



Durante a noite tivemos várias apresentações musicais, reverberando nossa cultura ancestral e é claro, nosso carimbó, nossa raiz, esteve presente para embalar e fazer todos os parentes vibrarem com os nossos tambores.


Veja a programação de hoje:


09/09 08:00h – Marcha das Mulheres Indígenas 18:00h – Lançamento do ReflorestarMentes

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